Centrais de Libras da Sedese vão fornecer intérpretes para lives em Direitos Humanos
A Central de Libras da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) irá disponibilizar profissionais intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para auxiliar, prioritariamente, pessoas com deficiência que queiram fazer lives durante a pandemia do novo coronavírus. No entanto, havendo disponibilidade de profissionais, o auxílio poderá ser estendido para outras pautas de direitos humanos.
Segundo o coordenador de Articulação e Atenção à Pessoa com Deficiência da Sedese Wesley Barbosa, atualmente são quatro intérpretes das Centrais de Interpretação de Libras de Belo Horizonte e de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Ele conta que foi criado um protocolo que estabelece no mínimo 5 dias de prazo para a solicitação do profissional de Libras para que haja o atendimento.
“A Covid-19 gerou essa possibilidade de interação maior com vários públicos, mostrou o quanto é importante trabalhar a acessibilidade”, afirmou Wesley Barbosa, enfatizando que as lives vieram para ficar.
Os interessados em fazer lives devem entrar em contato pelo telefone (32) 98816-3711 para fazer a reserva dos intérpretes. As Centrais de Interpretação de Libras foram criadas para auxiliar as pessoas surdas na intermediação de consultas médicas, atendimentos em bancos e em audiências, entre outras atividades. No entanto, neste momento de pandemia, têm sido muito acionadas por meio da rede hospitalar.
A youtuber Mayra Ribeiro de Oliveira do canal “Não viu, a Mayra vê”, foi a primeira a fazer uma live utilizando um intérprete de libras, que abordou a moda inclusiva para as pessoas com deficiência. Ela, como intermediadora, Isadora Nascimento, uma deficiente visual, e Patrícia Lourete, que tem deficiência física, falaram sobre a questão da moda.
“A intérprete de Libras foi fundamental para garantir o acesso da pessoa com surdez à live. Acredito que é necessário um intérprete pensando na questão da inclusão no sentido de que essas pessoas têm a possibilidade de assistir às transmissões com equiparação de direitos. E quando falo de equiparar direitos, penso na questão de trazer oportunidades iguais, respeitando as diferenças”, enfatizou Mayra, que é assistente social, feminista, poetiza e faz parte da Secretaria de Equidade de Gênero da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB). Ela considera um avanço a Central de Interpretação de Libras poder garantir essa oportunidade às pessoas.
Nesta quarta-feira (10), a prefeitura de Uberaba vai transmitir o evento “Falando sobre Dislexia, TDAH e Direitos das Pessoas com Deficiência em tempo de pandemia”, com a participação de um intérprete de Libras. A live contará com a neuropsicopedagoga Michelli Sabatini, presidente do Instituto Avivar, com Anderson Luís Coelho, presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional e membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Minas Gerais (Conped-MG) e com o presidente do Conped/MG, Roberto Carlos Pinto.